Publicado em 10 de abril de 2013
Tags: Nossas Raízes
Uma parceria entre a Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL), por meio do o Núcleo de Extensão e Pesquisa (NEP), e o Conselho Municipal de promoção da Igualdade Racial de Lafaiete já tem dados bons resultados. Com essa união das entidades, está sendo desenvolvido pelas alunas Fabiana do Carmo Severino e Márcia Aparecida Rocha o projeto Igualdade Étnico Racial.
O ponto alto deste projeto foi no sábado, dia 6, quando os alunos do 2º período da FDCL foram a Belo Vale para conhecer o único museu da América Latina dedicado exclusivamente aos escravos. Na cidade, os alunos foram recebidos pelos guias do museu José Felipe da Silva Neto e Liliane Fernandes Fonseca do Nascimento, que apresentaram todo o acervo aos acadêmicos e apresentaram a trajetória e a importância do negro no Brasil.
Para a filósofa, historiadora e também estudante da FDCL, Mauricéia Aparecida Ferreira Maia, o projeto desenvolvido pela FDCL é produtivo e essencial: “Além da questão jurídica do conhecimento dos seus direitos para aplicação das leis que defendem a igualdade racial e que combatem ao racismo, o projeto também desperta ciência nos profissionais do direito de minimizar ou até mesmo buscar eliminação dos preconceitos”.
Mauricéia, que também é secretaria de cultura de Lafaiete, destacou a importância do memorial: “O museu é espetacular. Ele tanto transmite a imagem que choca e passa informação. Então, quando a faculdade conhece um espaço cultural como esse e traz os alunos, ela reforça que a instituição museu é transformadora, construtiva de informações, e põe o aluno fora do ambiente escolar e vivenciando essa experiência. Tanto a faculdade quanto o museu estão contribuído para que a gente possa vencer essas barreiras de preconceito e de discriminação”, afirma.
Quem também participou da visita foram membros do Conselho Municipal Nícia da Silva, Rosangela Felix, Márcia Aparecida Rocha e Margarete Manuel Machado. A presidente, Nícia, explicou como funciona o conselho: “Em 2006 foi criado à lei que regulamenta o conselho, mas nós tomamos posse em novembro de 2011; somos a primeira diretoria. O que constitui o Conselho são as entidades que tem algum trabalho voltado para o negro. Em Lafaiete, existem grupos afros, congado, entre outros. Todas as entidades que tem como objetivo promover o povo negro tem sua representatividade dentro do conselho”.
Nícia também destaca a importância da parceria como o NEP: “A nossa parceria com a FDCL começou porque temos muito incomum com o projeto desenvolvido, por meio do NEP, que o resgate da história do negro e da contribuição deles para Lafaiete e região. Vimos que temos um objetivo em comum. A gente levanta a autoestima quando vê como essa construção histórica e na participação cultural do município. Sabemos que a FDCL tem uma história muito forte na cidade; essa parceria é muito boa”, destaca.
O coordenador do NEP, professor Waidd Francis, destaca a importância do projeto para a Faculdade e para a sociedade em geral: “O projeto Igualdade Étnico Racial foi criado para mostrar a importância do negro e esclarecer as leis ligadas ao tema. As alunas Fabiana e Márcia, com a ajuda do Conselho Municipal, vão desenvolver uma pesquisa sobre o tema e realizar diversas ações como palestras, debates, minicursos, dentre outro”, explicou.
Museu do Escravo
O Museu do Escravo foi fundado em 13 de maio de 1988 em comemoração aos 100 anos da abolição da escravidão. Ele foi construído por padre José Luciano Penido em formato de uma casa grande e de senzalas. Em Belo Vale há registro de escravos do Barão do Paraopeba, que viviam na fazenda Boa Esperança.
De acordo com o atendente do museu José Felipe da Silva Neto, a “Casa Grande” é dividida em cinco salas: “Uma dedicada ao índio, uma as artes sacras e nas outras três temos utensílios da casa grande que são pratarias, uma urna funerária que alguns barões possuíam em suas casas, que pertenceu ao Barão de Catas Altas. Já na ‘senzala’ temos peças de torturas, os materiais de trabalho dos escravos. No meio do pátio nós temos o pelourinho para representar como que o escravo era açoitado e sofria a sua condenação”, contou.
Quem tiver interesse em conhecer o museu pode entrar em contato com a Prefeitura por meio do telefone (31) 3734-3740 e ou pode marcar sua visita por meio do celular (31) 9441-8560. O museu funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 16h e no sábado, domingo e feriado, funciona de 9h às 16h.