Projeto da FDCL levanta discussão sobre igualdade de gênero

Publicado em 02 de junho de 2016

A Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL), mais uma vez, busca levantar debates na sociedade sobre temas importantes e polêmicos para a população. O projeto “Dois pesos, uma medida: igualdade de gênero” consiste em salientar o pensamento crítico para temas comuns do nosso dia a dia que envolvem a mulher e o homem na sociedade. Dentro dos muitos objetivos do projeto, um deles é ressaltar, principalmente, a posição da mulher, que muitas vezes é discriminada diante do sexo oposto.

Segundo a aluna e pesquisadora Damires Rinarlly Oliveira Pinto, o nome do projeto foi escolhido pensando em dois pontos centrais: o direito e o gênero: “O nome é uma crítica à expressão popular “dois pesos, duas medidas”, que expressa uma situação injusta. A ilustração do nome consiste em uma balança, um dos principais símbolos do Direito, e, em cima dos pratos, a imagem de uma mulher e de um homem. Dessa maneira, sugerimos que, diante desses dois pesos diferentes (feminino e masculino), a medida seja a mesma; que haja igualdade de gênero”.

O objetivo principal é estimular o olhar crítico sobre a evolução da mulher na sociedade: “Queremos relatar, de forma sucinta e informativa, sua trajetória e conquistas, os preconceitos que ela ainda enfrenta com a discriminação, o machismo, entre outras dificuldades. Diante disso, busca-se evidenciar que a igualdade de gênero deve ser não só necessária, como também urgente. Desde o comportamento das crianças, em que os brinquedos são selecionados de acordo com o sexo (boneca para meninas e carrinho para meninos); aos adolescentes, os quais estão formando sua personalidade diante daquilo que a sociedade impõe; aos jovens, adultos e idosos, que vivem e regem a sociedade em geral, cada qual, com sua personalidade específica, alguns com a consciência de que a igualdade deve prevalecer e outros ainda voltados ao patriarquismo. O projeto busca intensificar os ideais daqueles que se orientam pela igualdade, e ao mesmo tempo, instigar aos patriarcas a olhar sob uma nova ótica nossa sociedade”, explica Damires.

Lugar de mulher é…

Seu primeiro passo foi a busca da opinião dos discentes e da sociedade em relação ao tema. “Desenvolvemos uma atividade ‘Lugar de mulher é…’, para que os alunos da FDCL completassem a frase com o que imaginassem onde seria esse lugar. Ti­vemos respostas desanimadoras e outras surpreendentes, o que nos motiva ainda mais a insistir no tema. A intenção era que ninguém escrevesse nada; que somente a própria mulher dissesse onde é o lugar dela; cada uma deseja para si um lugar diferente”, conta a pesquisadora.

Damires também tem feito pesquisas sobre o tema: “Fizemos também uma pesquisa com a população feminina, nos lugares mais movimentados de Conselheiro Lafaiete no sábado, dia 21. Perguntamos se a entrevistada já sofreu ou se conhecia alguém que tenha sofrido algum tipo de violência de seu namorado, marido ou companheiro, seja ela moral, física ou sexual. O resultado não nos assusta muito por saber que a maioria respondeu afirmativo. O que nos impressiona é saber que algumas mulheres às vezes se acomodam nesse sofrimento por imaginar que ela tem que se submeter a essas situações. Com isso, distribuímos cartilhas informativas sobre órgãos competentes para auxiliar as mulheres que sofrem violência. Essas duas ações estão em execução e posteriormente iremos materializá-los em artigos para serem publicados”.

Ainda de acordo com a pesquisadora, o projeto não ficará apenas dentro da FDCL: “Os principais pontos que pretendemos atingir vão além de um projeto comum dentro de uma instituição de ensino. Desejamos acrescentar na sociedade a inspiração e a certeza de que a mulher tem seu lugar, cabendo a ela alcançá-lo sem ser comparada ao homem, seja um lugar novo ou não, mas que seja seu: sem preconceitos, piadas, machismo ou violência. Com isso, faremos o que for preciso, desde campanhas para conscientização, publicações e até palestras pa­ra que o pensamento comece a ser moldado diante das diferenças para se tornar indiferente”, pontua.

A aluna também acredita que o seu trabalho de pesquisa lhe trará um diferencial em sua vida profissional: “Desenvolvendo esse projeto, acredito que terei credibilidade na minha vida acadêmica, pois estou buscando um diferencial. Minhas atitudes se refletirão na minha vida profissional. Muitas vezes, eu me sinto sonhadora por querer mudar algumas coisas no mundo. Se não houver sonhos, não teremos realizações. Eu sonho e desejo concretizá-los em um futuro próximo, acrescentando na sociedade aquilo que venho formando no meu interior”, finaliza Damires.

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