Nossas Raízes conta a história do movimento negro em Lafaiete

Publicado em 09 de agosto de 2016

Um dos percussores do Movimento Negro Unificado em Conselheiro Lafaiete (MNU) foi o professor de Matemática e poeta, Osmir Camilo Gomes. Muito conhecido na cidade por fazer parte da Liga Ecológica Santa Matilde (Lesma), Osmir é personagem do mais novo vídeo do projeto Nossas Raízes da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL). Segundo o diretor-geral, professor Hamilton Junqueira, o objetivo do projeto é valorizar a cultura negra: “Há vários grupos na cidade que fazem esse trabalho de fortalecimento da cultura que precisam ser divulgados e a FDCL tem o maior orgulho em desenvolver esse projeto”.

Osmir conta como começou sua militância: “Em 1978 fundamos em Lafaiete um grupo de trabalho, que era uma extensão do Movimento Negro Nacional. Por meio de vários amigos como Agostinha Oliveira (Guta), Joaquim Adão, Nica, Nem da Capoeira entre outros, nós criamos um trabalho muito bacana de consciência do negro. O MNU de Lafaiete tinha o nome de Grupo de Trabalho Solano Trindade. Ele durou com esse nome cerca de dez anos e tem como fruto outros Grupos de Consciência Negra na cidade como Frutos da África (São João), Alforria, Arerê e Akitundê. Deu um apoio grande a difusão da Capoeira”.

Ainda segundo o poeta, o movimento durou 20 anos: “De vários eventos que participamos, um que nos marcou foi a passeata de 100 anos da Abolição da Escravatura. Esse foi nosso ponto auge. Foi muito importante participar desse evento em Belo Horizonte, com quase 500 mil pessoas na avenida Afonso Pena. O movimento negro é um movimento de libertação. No Brasil existem várias classes oprimidas e o negro é uma delas. Mas acho que temos que trabalhar para a unificação das raças e para o engrandecimento da pátria e pela união nacional”.

Dentro do projeto de promoção da igualdade étnico-racial e minorias, nomeado de Nossas Raízes, a Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete busca divulgar os grupos e projetos que resgatam e valorizam a cultura afro-brasileira. São realizados vídeos contando a história dos grupos e qual o objetivo de cada um. O primeiro vídeo realizado foi coma a presidente do Grupo de Cultura Arerê-CL, Eva Lúcia Oliveira Ferreira. Seu grupo foi criado em 2013 diante da necessidade de lutar contra a intolerância religiosa.

Os vídeos serão divulgados na página do Facebook da FDCL: www.facebook.com.br/faculadefdcl e ao final dos trabalhos será lançado um documentário com todas as entrevistas.

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